A Tentativa de Roubo dos Sinos
“Segundo o autor, o sino mais pequeno datava de 1781, tendo sido fundido no Vinheiro, perto do Portelinho. Já quanto ao sino maior, entendia ele que era merecedor de particular atenção, pois atribuiu-lhe grande antiguidade e valor. Media 75 cm de altura e 2,20 m de circunferência na parte mais larga. Embora desconhecendo a data da fundição, reparou numa inscrição que dizia o seguinte: “Regina coeli, laetare Alleluia”, ou seja, “Rainha do céu, alegrai-vos, Aleluia”. A inscrição terá sido executada posteriormente e depois soldada no sino.
Sobre os sinos, o autor deixou escrita uma história que corria ao tempo: “(…) Diz-se que quando se mandou construir o convento de S. Francisco, na villa de Mogadouro, os frades depois de terem tomado posse dele , desejando adquirir um bom sino para o relógio do seu mosteiro e sendo de muita nomeada este, de Villa dos Sinos, uma bela noite, acompanhados por alguns homens da villa de Mogadouro, e num carro puxado por uma junta de bois, dirigiram-se a Villa dos Sinos, com o fim de roubá-lo. (…)d’ahi a poucos minutos já ali estava o povo amotinado, homens e mulheres, uns carregados de pedras e outros munidos de varapaus, roçadeiras, etc. Os frades não tiveram mais tempo do que baixarem apressadamente da varanda, deixando o sino no seu logar, e fugirem com todos os seus homens em direcção ao Mogadouro, corridos a pau e pedra. Nunca mais voltaram á Villa dos Sinos e tiveram de se contentar com o ouvir tocar, lá do seu convento, apesar de ficar á distância de 10,5 kilómetros.”
(Antero Neto, in “Memórias da Antiga Freguesia de Vila dos Sinos”, Lema d’Origem – Editora)